Batizado de P/2010 A2 pelos cientistas do Linear, um programa do MIT que pesquisa objetos próximos à Terra, o objeto aparentava ter uma longa cauda, o que levou os pesquisadores a imaginar que poderia ser um tipo raro de cometa que orbita a região do Cinturão de Asteroides, entre Marte e Júpiter. No entanto, as imagens do telescópio Hubble mostraram que a suposta cauda não continha qualquer tipo de gás e seu núcleo de 140 metros estava deslocado do centro da cauda, revelando uma estrutura bastante incomum para esse tipo de objeto.
Como a órbita de P/2010 A2 o encaixa na região do Cinturão de Asteroides, uma hipótese preliminar aponta para um fato ainda mais interessante: o objeto seria o remanescente de uma recente e violenta colisão entre dois pequenos asteroides. Se confirmada, a possível colisão ocorreu a 15 mil quilômetros por hora e liberou energia superior a de uma bomba nuclear.
De acordo com David Jewitt, ligado à Universidade da Califórnia, a pressão do vento solar espalhou os detritos na forma de uma longa cauda. "Isto é completamente diferente do suave envelope de pó dos cometas. No caso de P/2010 A2, os filamentos são feitos de poeira e cascalho, provavelmente extirpados de seu núcleo. Com a pressão da luz solar alguns fragmentos foram empurrados para trás, criando a esteira de poeira em linha reta, visível nas imagens.
A aparência filamentária de P/2010 A2 também é muito diferente das imagens de cometas captadas pelo telescópio Hubble, o que reforça a teoria do impacto. Além disso, a teoria é consistente com a ausência de gás nas raias espectrográficas registradas pelos telescópios em terra.
Asteroides Flora
O cinturão de asteróides contém evidências abundantes de antigas colisões entre objetos. Segundo Jewitt, a órbita de P/2010 A2 é consistente com a da família de asteroides Flora, criada pelo impacto de objetos há mais de 100 milhões. Alguns pesquisadores acreditam que foi um desses fragmentos que atingiu a Terra há 65 milhões de anos e provocou a extinção em massa dos dinossauros, mas até agora nenhuma dessas colisões haviam sido registradas.
Um estudo mais aprofundado de P/2010 A2 poderá indicar a natureza dos corpos envolvidos e ajudar aos cientistas a conhecer melhor os anos de juventude do Sistema Solar, quando colisões similares eram comuns.
Foto: Imagem captada pelo telescópio espacial Hubble mostra os restos de uma possível colisão entre asteroides, batizada de P/2010 A2. Quando a imagem foi feita, o objeto estava a 150 milhões de quilômetros da Terra. Crédito: NASA, ESA, D. Jewitt (University of California, Los Angeles), LINEAR MIT (Massachussets Institute of Tecnology)
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Fonte: Apolo11 - http://www.apolo11.com/cometa_73p.php?posic=dat_20100203-084342.inc
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