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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Cientistas produzem chuva artificial com feixes de lasers

do Apolo11

Quando se pensa em lasers, a primeira coisa que vem à mente são aqueles feixes luminosos bastante intensos, que não raras vezes cortam os céus e produzem belos espetáculos luminosos durante apresentações noturnas. Naturalmente, os lasers não servem só pra isso e algumas pesquisas recentes mostraram que eles são capazes até mesmo de fazer chover!


A técnica de produzir chuva artificialmente já é usada há bastante tempo ao longo das décadas e consiste basicamente em borrifar cristais de iodeto de prata no interior das nuvens em grandes altitudes. Esses cristais facilitam a aglutinação das gotas de água ao seu redor, que após adquirirem certo peso, caem na forma de chuva.
Na teoria essa técnica funciona bem, no entanto sua eficiência é bastante controversa e os resultados produzidos muitas vezes deixam a desejar.
Pensando em uma forma de melhorar as técnicas de estimulação artificial de chuva, cientistas da Universidade de Genebra, na Suíça aperfeiçoaram um novo método que poderá aumentar bastante a eficiência de produção de chuva sob demanda.
Desenvolvida pela equipe do professor Jérôme Kasparian, a nova técnica utiliza o bombardeamento do ar saturado por intensos pulsos de laser e já produziu resultados positivos tanto em laboratório como nos céus de Berlim, na Alemanha.

Câmara de nuvens
Em testes realizados em laboratório, pulso extremamente curtos de laser infravermelho foram disparados em uma câmara repleta de ar saturado a 24 °C negativos. O resultado foi a formação de nuvens de condensação, similares aos contrails produzidos por aeronaves em grandes altitudes.
Segundo Kasparian, os pulsos de luz geram as nuvens retirando elétrons dos átomos do ar, incentivando a formação de radicais hidroxilas, que convertem o dióxido de enxofre e de azoto do ar em partículas que agem como elementos aglutinadores das gotas de água e consequentemente, chuva.
Para que isso aconteça o pulso de laser tem que gerar aproximadamente 220 milijoules em um intervalo de tempo de apenas 60 femtosegundos, equivale a um milionésimo de um bilionésimo de segundo. A energia desse pulso é similar a potência de 1000 usinas elétricas de médio porte.

Nuvens Naturais
Os primeiros resultados mostraram que a quantidade de água condensada no interior da câmara havia aumentado em 50% após o bombardeamento e cerca de 99% no interior da nuvem produzida.
Apesar do sucesso do experimento feito em laboratório, as condições de temperatura e umidade no interior da câmara são diferentes das encontradas na natureza, o que levou Kasparian e sua equipe a testar o método sob condições naturais.
Para isso a equipe disparou intensos pulsos de laser nos céus de Berlim, bombardeando nuvens localizadas a 60 metros de altitude. Apesar do efeito não ser observável pelos olhos humanos, radares ópticos do tipo LIDAR confirmaram que a densidade e o tamanho da gota de água haviam aumentado após o disparo.
O próximo passo da equipe de Kasparian será amplificar o efeito, otimizando o comprimento de onda do pulso laser, o foco do feixe e a duração de cada pulso, até que as gotas de água aglutinada sejam grandes o suficiente para caírem como chuva. 

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