"As únicas coisas novas são aquelas que foram esquecidas." (autor desconhecido)

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sexta-feira, 8 de maio de 2009

SAFARI GAUCHESCO COM A TURMA DA A.B.T.T.



SAFARI GAUCHESCO COM A TURMA DA A.B.T.T.
(Associação Brasileira de Tarados Ferroviários)

Olá everybody!!!!
Para o famoso evento acima, parti de Petrópolis e Rio, por via rodoviária, em bus leito, até a aprazível Curitiba. Viagem realmente boa.
Em lá chegando, fiquei regiamente instalado “chez” Marcelo Zanchetta, excelente amigo, assim como seu apressado irmão, Marcos., este morando em Floripa.
Passei dois dias nesta cidade, fazendo minhas compras, notadamente café em grão, outra tara que adquiri, fruto de minha provecta idade....
As 20 horas do dia 6/9, partimos, cerca de 17 tarados, do PR, SC, SP e RJ, liderados pelo tarado-mór Rafael Kalinowski, rumo ao Sul, via BR-116, num bom e apertado micro-bus. Chegamos em Caxias do Sul pela manhã, onde tomamos nosso café matinal.
Daí seguimos para Bento Gonçalves, onde fomos ver a composição férrea do Trem do Vinho ali estacionada, e seguimos pela bela região vinícola, passando por Garibaldi, etc.etc. até chegarmos cerca das 13 horas em Roca Sales, RS, onde os gaúchos já estavam preparando um “churrascotrem” na estação ferroviária. Ali passamos o resto da tarde.
No dia seguinte, pela manhã, foi o evento principal, ou seja, a “tourada”, ou “genuíno programa de índio”, do qual participei como vítima, pois inocentemente não sabia do que se tratava, caso contrário teria me acovardado e nem aparecido....porém como fui, tive uma oportunidade única de conhecer uma das mais belas obras de engenharia construídas pelo Exército Brasileiro, naqueles bons tempos que já se foram, e ainda por cima, numa região belíssima!
Vou tentar dar rápidas pinceladas naquilo que sofri e por bênção Divina, sobrevivi:
Fomos no micro-bus até Guaporé, por onde passa a ferrovia Passo Fundo-Roca Sales, trecho este onde temos obras de arte como nunca vistas, tais como pontes, viadutos e túneis.
Descemos num determinado ponto e, num percurso entre 10 e 11 quilômetros, fomos a pé pela linha do trem, andando sobre dormentes e lastro de pedra pontiagudas...Eu, com um sapato tipo sapatilhas sem sola...Podem já imaginar o que sofri. Partimos ao meio dia, nos arrastando ora sob sol, ora sob forte mormaço. Neste trecho são muitos os túneis, incluindo-se cerca de 4 com mais de um quilômetro de extensão. Marcelo, ao meu lado, me abraçando para me orientar como descêssemos ao umbral, visto serem as lanternas com luminosidade insuficientes. No penúltimo, tropecei e cai literalmente de cara no chão, sobre as pedras, e arranhei os óculos, mas, por graça divina, não tive um só ferimento. Nos trechos ao ar livre, tínhamos mesmo que pisar nas pedras pontiagudas. Sobrevivi, ou, pelo menos meus restos mortais aqui estão!!!!
Às 17:30 chegamos no último viaduto que, por mais que tente explicar ou mostrar fotos, ninguém terá condições de saber o que é, com seus 150 metros de altura (equivale a um prédio de 50 andares) e sua beleza se nota mais olhando-o de baixo para cima. Realmente maravilhoso.
Deste ponto, voltamos todos para o hotel e meus restos também...
No dia seguinte, domingo e final de prolongado feriado, voltamos para Curitiba, passando por lindas cidades, partindo da que nos hospedou, Encantado, que faz jus ao nome... Pequena, mas bela cidade sulina!
Saímos às 6 da matina e chegamos ao nosso destino às 2 da madrugada do dia seguinte, para um percurso geralmente coberto em 12 horas. Engarrafamentos a partir de Floripa, a “Briol” (como os “catarinas” chamam a BR-101) com obras de duplicação que se eternizam e nunca ficam prontas. Verdadeiro “apagão rodoviário”.....Mas tornamos a sobreviver, mesmo em frangalhos...
Após tal martírio e auto flagelação, creio ter conseguido entrada direta no Paraíso divino!
No dia seguinte fui para Ponta Grossa visitar amigos, voltando no posterior para Curitiba e Rio, aonde cheguei com 3 horas de atraso por problemas no bus-leito na saída daquela cidade.
Gente, foi horrível, mas adorei! Nunca pensei em ver algo tão magnífico e que há tanto anos aguardava ansiosamente conhecer. Felizmente consegui, e acho que estou vivo, mas não pronto pra outra aventura desta. Agora sei o que irei passar e não repetirei. Não mais serei pego!
V A L E U !!!!!!

Leonardo Hanriot Bloomfield
Petrópolis, Rio de Janeiro, BRASIL

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